O primeiro conflito mundial aconteceu em
uma conjuntura de intensas transformações: as nações européias experimentavam
um otimismo sem comparações, a Belle Époque, marcada por desenvolvimento
tecnológico que exacerbava a crença no progresso, a ascensão de nações na
disputa por mercados consumidores/produtores de matérias primas, crescimento de
ideias socialistas etc.
E
é essa conjuntura que vai contribuir para a eclosão do conflito. As nações
europeias buscavam expandir seu capital para outros locais – entenda os
continentes africano e asiático. E nessa expansão o conflito diplomático e
armado acontecia. Vejamos a situação das principais nações europeias inseridas
naquele contexto:
- a Inglaterra foi a primeira a se
industrializar (revolução industrial, lembra?) mas não conseguia modernizar seu
parque industrial e passou a sofrer concorrência direta de outras nações que
também se industrializavam;
- a França não conseguia acompanhar o ritmo
de industrialização das outras nações e amargava a derrota sofrida contra a
Alemanha em 1870 – a guerra Franco-prussiana;
- a Alemanha era a nação que mais assustava
pelo seu desenvolvimento industrial acelerado. Sob o comando do mal. Otto Von
Bismarck consolidou seu Estado nacional e avançou em direção a um ensino
técnico eficiente;
- o Império Russo não contava com a
industrialização das outras nações e ainda com o controle de grupos financeiros
internacionais;
- o Império Austro-Húngaro era formado por
vários grupos étnicos que não aceitavam a autoridade da casa dos Habsburgos e
vários movimentos nacionalistas ameaçavam a unidade daquele império;
- o Império Turco Otomano, pode-se afirmar,
era o velho doente da Europa e tinha várias pessoas interessadas em sua morte
para ficar com a herança: ricas regiões petrolíferas;
- a Itália, por sua vez, inicialmente
estava apoiando a Alemanha mas mudou de lado a partir de promessas britânicas
de retomar antigas possessões e isso em 1915, quando a guerra já havia sido iniciada.
A
GUERRA
As rivalidades entre as nações
potencializaram-se a ponto de alianças serem formadas e a partir Dalí, para nós
que já sabemos o que aconteceu, uma situação foi levando a outra até a eclosão
do conflito.
Entretanto,
podemos enumerar algumas causas imediatas para a guerra:
a. competição entre Alemanha e Inglaterra;
b. fim da política diplomática estabelecida
por Bismarck e posterior formação de alianças de cunho militar;
c. crescimento de movimentos nacionalistas
contra o poder arbitrário dos antigos impérios europeus;
d. projeto expansionista russo – pan-eslavismo em direção aos Balcãs e os
estreitos de Bósforo e Dardanelos;
e. projeto expansionista sérvio – a Grande
Sérvia;
f. revanchismo francês contra os alemães;
g. projeto expansionista austro-húngaro;
h. ascensão dos Estados Unidos da América
do Norte e do Japão, ameaçando os tradicionais centros de poder europeus;
i. a cobiça das potências europeias sobre o
Império Turco-Otomano.
Entenda, também, que
esta enumeração é de cunho didático e tem o objetivo de facilitar seus estudos.
Lembre que todos esses motivos se complementaram para a eclosão do conflito.
O acontecimento que
é considerado o estopim da primeira guerra é o assassinato do arquiduque
austríaco Francisco Ferdinando em 1914. Após o assassinato, uma série de
situações levou ao inicio do conflito: os militares húngaros procuraram tirar
proveito do acontecido. As autoridades da casa dos Habsburgos exigiram que o
governo sérvio liberasse as investigações sobre o atentado com a entrada no
país de investigadores austríacos. Aceitar essa exigência seria deixar de lado
a soberania nacional sérvia. Ao recusar o exigido, os sérvios contribuíram para
a movimentação armada contra eles. Os russos anunciaram apoio aos sérvios e os
alemães declararam guerra contra a Rússia. Declararam guerra contra os
franceses também, objetivando derrotá-los antes dos exércitos do tzar. A
Inglaterra declarou guerra aos alemães após a invasão sofrida pela Bélgica por
parte dos alemães. O conflito foi propagado quando o Império Turco-Otomano
declarou guerra contra a Rússia, apoiando austríacos e germânicos. ERA A GRANDE GUERRA
QUE SE INICIAVA.
AS
FASES DA GUERRA
Para efeitos didáticos, costuma-se dividir
a guerra nas seguintes fases:
a. fase de movimentação – agosto-novembro
de 1914.
b. fase de trincheiras – novembro de 1914 a
março de 1918.
c. 2ª fase de movimentação – março de 1918
a novembro de 1918.
O acordo de paz foi assinado em 11 de
novembro de 1918. Mais de 8 milhões de mortos e 20 milhões de mutilados fazem
parte do saldo final da guerra. O Velho Mundo ficou desolado. Questionamentos
sobre a grandeza européia, a suposta civilização gerou uma barbárie sem
precedentes na história do planeta aconteceram em larga medida.
Uma
série de tratados foram assinados, sendo o mais lembrado o de Versalhes, que teve entre seus
principais pontos os seguintes:
a.
cláusulas militares: exército de apenas cem mil homens para a Alemanha e com
armas leves; os alemães não poderiam ter força aérea, submarinos ou armas
pesadas; os vencedores deveriam receber da Alemanha a frota de embarcações
pesadas;
b.
cláusulas territoriais: a Alemanha devolveria Alsácia-Lorena aos franceses,
Eupen e Malmedy aos belgas e partes Prússia Ocidental e Posnânia aos poloneses;
deveria a Alemanha entregar seus domínios coloniais aos vencedores, que
administrariam a partir de mandatos;
c.
cláusulas moral e financeira: aos alemães foi imposto o pagamento de uma
indenização altíssima: 33 bilhões de dólares; teve, também, que assumir a responsabilidade
pela eclosão da guerra.
Esse
tratado contribuiu sobremaneira para que os alemães nutrissem um ódio
revanchista contra os vencedores. Vale salientar que, naquela conjuntura, a
imposição daquelas condições em um território legitimado pelos que venceram,
muito ajudou no próprio sentimento de vingança: o governo alemão era
reconhecido, podia ou não pagar as indenizações, bastando querer ou não
(através de sabotagem). O que os vencedores não perceberam é que contribuíam
para o reerguimento dos germânicos.
O
tratado de Saint-Germain-en-Laye desestruturou
o Império Áustro-Húngaro. Foram criadas a Hungria, a Iugoslávia, a Polônia e a
Tchecoslováquia. A Áustria só poderia ter um exército de 30 mil homens e não
poderia se unir com a Alemanha para nenhuma finalidade.
O
tratado de Trianon transformou a
Hungria em uma república e a fez perder os territórios da Transilvânia, da
Eslováquia e da Croácia para a Romênia, a Tchecoslováquia e Iugoslávia,
respectivamente. Deveria ter um exército de apenas 35 mil homens.
O
tratado de Neuilly estabeleceu que a
Bulgária deveria ceder a Trácia para a Grécia, a Macedônia Ocidental para a
Iugoslávia e Dobrudja para Bucareste.
O
tratado de Sèvres dividiu o Império Turco e a Grécia ficou com a Trácia, a
Armênia foi tornada uma república cristã, o Kurdistão se tornou independente e
as províncias árabes seriam mandatos dos franceses e ingleses.
O
tratado de Lausanne, entretanto,
anulou o de Sèvres a partir de uma rebelião iniciada por Mustafá Kemal. Esta
rebelião garantiu que a Turquia recebesse de volta a Ásia Menor, a Trácia
oriental, Andrinopla e ainda trocou um milhão de gregos por 400 mil turcos.
A
primeira guerra mundial teve as seguintes repercussões:
a.
mudanças no mapa europeu
b.
crise econômica na Europa
c.
crise das ideias liberais-democratas
d.
fortalecimento do nacionalismo
e.
ascensão das ideias socialistas
f.
ascensão dos EUA
Pense FORA DA CAIXA.
Tenha HISTÓRIA NA CABEÇA

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