Com
a abdicação de D. Pedro I, o império brasileiro passou por uma fase em que
regências cuidavam da vida política do Brasil. Foi um período marcado por
intensa turbulência. As chamadas elites se digladiavam pelos cargos políticos e
muitas vezes as desavenças políticas descambavam para conflitos armados. Outra
marca desse período foram os conflitos acontecendo em várias partes do Brasil,
chegando a ameaçar a integridade territorial
Esse período foi marcado pela
existência de grupos políticos diferentes e que podem ser organizados como se
segue: restauradores, formado por
comerciantes portugueses, militares de alta patente conservadores e queriam o
retorno do imperador; liberais exaltados,
composto por pequenos comerciantes, padres, profissionais liberais e
reivindicavam autonomia administrativa provincial, federalismo além da
proclamação da república (os mais exaltados); moderados, formado pelos latifundiários e que defendiam a
manutenção da constituição e do governo centralizador, mas não apoiavam o
absolutismo.
Em 1834, com a morte do
ex-imperador D. Pedro, o grupo dos restauradores deixou de existir e a vida
política passou a ser regida pelos embates entre os progressistas, que defendiam um governo forte mas que concedesse
algumas coisas aos liberais exaltados;
os regressistas, que não
aceitavam a autonomia provincial solicitada e defendiam a centralização
legislativa no Rio de Janeiro.
Pode-se dividir a história do
Período Regencial nas seguintes etapas com os seguintes pontos de destaque:
1.
Regência Trina Provisória
a)
preparou o cenário político para a instalação da Regência Trina Permanente;
b)
readmitiu o ministério dos brasileiros;
c)
limitou
as atribuições do Poder Moderador;
d)
anistiou
os presos políticos;
e)
teve um caráter liberal;
1.
Regência Trina Permanente
a)
teve um caráter moderado;
b)
o padre Diogo Feijó assumiu o cargo de ministro da Justiça;
c)
foi
criada a Guarda Nacional;
d)
assinatura
do Ato Adicional:
- criou as Assembléias
Legislativas nas províncias;
- transformou a
Regência Trina em Regência una;
- transformou a Rio de
Janeiro em município neutro;
- acabou com o
Conselho de Estado;
1.
Regência Uma de Feijó
a)
teve um caráter moderado;
b)
sofreu forte oposição dos moderados regressistas;
c)
ocorreram as primeiras revoltas do Período Regencial;
d)
devido às pressões oposicionistas Feijó renunciou e assumiu o cargo Araújo
Lima;
1.
Regência Uma de Araújo Lima
a)
teve um caráter conservador e autoritário;
b)
foi organizado o Ministério das Capacidades composto só por políticos
conservadores;
c)
nesse período foi assinada a Lei Interpretativa do Ato Adicional de 1834;
SITUAÇÃO ECONÔMICA
Foi
um cenário de forte crise com a queda dos preços dos produtos agrícolas e
seguidos déficits da balança comercial brasileira.
REVOLTAS
A
situação de crise contribuiu no período regencial para a eclosão de várias
revoltas que foram violentamente reprimidas. Essa violência utilizada
representa a ação do Estado brasileiro no objetivo de manter a integridade
territorial que foi constantemente ameaçada. Eis algumas delas:
1.
Cabanagem – 1835-40 (Pará)
Teve
uma ampla participação popular, o que pode ser evidenciado em algumas de suas
reivindicações: desejavam o fim da escravidão, reforma agrária; contou com o
apoio inicial dos fazendeiros que desejavam o fim da tarifas alfandegárias
sobre os produtos que rendiam lucros para eles. Estes se afastaram do movimento
quando perceberam a grandiosidade do que queriam os cabanos.
Os
revoltosos tomaram o poder mas não conseguiram se organizar e foram duramente
reprimidos.
2.
Farroupilha – 1835-45 (Rio Grande do Sul)
Esta
foi uma revolta de elite e teve como líderes: Bento Gonçalves, Davi Canabarro,
José Garibaldi. A causa maior da revolta foi a concorrência entre a charque
produzida no Rio Grande do Sul e a produzida na Argentina e no Uruguai. Estas
tinham cobrança de tarifas bem menores. Conseguiram várias vitórias sobre as
tropas imperiais. Em 1836 fundaram a República Rio-grandense (Piratini) e, em 1839, a República Juliana
em Santa Catarina.
A
partir de 1842 foi iniciada uma dura repressão liderada por Luís Alves de Lima
e Silva.
Em
1845 foi assinado um acordo de paz: os revoltosos foram anistiados, soldados
farroupilhas foram incluídos no exército imperial e foi concedida liberdade
para os escravos;
3.
Sabinada – 1837-38 (Bahia)
Teve
como líder o médico Francisco Sabino Álvares da Rocha e seu objetivo era
formar uma república até a maioridade de Pedro de Alcântara. Não contou com
apoio dos ricos fazendeiros e nem com a participação dos grupos populares.
Conseguiram tomar o poder em Salvador mas foram reprimidos violentamente.
4.
Balaiada – 1838-41 (Maranhão)
O
Maranhão enfrentava uma crise no principal produto exportado: algodão além da
concorrência dos EUA). Somou-se a essa situação a insatisfação da classe média,
os bem-te-vis;
Seus
líderes populares foram Manuel Francisco dos Anjos (fazedor de balaios); Cosme
Bento das Chagas (ex-escravo); Raimundo Gomes (vaqueiro);
A
cidade de Caxias foi tomada e os balaios sofreram repressão violenta liderada
pelo coronel Luís Alves de Lima e Silva.
O GOLPE DA MAIORIDADE
Preocupados
com as revoltas que aconteciam pelo Brasil, os políticos progressistas
começaram a defender a idéia da antecipação da maioridade do príncipe regente:
estava fundado o Clube da Maioridade, que reunia tanto políticos
progressistas como alguns regressistas que também ansiavam por silenciar as
revoltas.
Apenas a Assembléia Nacional
poderia tomar tal atitude e o Clube pressionava para que isso
acontecesse.
Enfim, em 1840, a chamada tese da
maioridade foi aprovada e Pedro de Alcântara assumiu o trono brasileiro com
apenas 15 anos de idade.
Iniciava-se, então, o SEGUNDO
IMPÉRIO que durou de 1840 até 1889.
Pense FORA DA CAIXA.
Tenha HISTÓRIA NA CABEÇA.

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